Se não soubermos onde estamos, não poderemos ir a lugar algum, e tudo nos parecerá longe demais. O desconhecimento da realidade é a causa de nosso desconforto. A insegurança leva ao medo, e o medo provoca o pânico e o desencadeamento de muitas reações inadequadas, e até perigosas. Vejam o caso do afogado. Vocês acham que é a água que o mata, ou o desespero que o faz abrir a boca quando não devia, respirar fora de hora e aí desequilibrar o próprio corpo e fazê-lo se afogar? Assim acontece no nosso cotidiano, com os desafios que enfrentamos. Mapear a realidade é o grande desafio de qualquer empreendimento, especialmente daqueles que vendem soluções cujo resultado não é imediatamente observável. Em nosso caso, na área de Saúde preventiva, como demonstrar para um paciente/aluno que ele deve fazer determinada coisa para obter os resultados que precisa e procura? Não é tarefa fácil convencer alguém a ver alguma coisa que não consegue perceber. O único meio é fazer medições e acompanhar a evolução dos números. Na área de desenvolvimento de sistemas, que eu acho que se aplica a muitos de nossas situações, existem dois métodos básicos: conhecer os processos de transformação e como se relacionam uns com os outros e conhecer os dados que representam a realidade, e como se conectam uns com os outros. O ideal é uma combinação desses dois métodos, mas nem sempre é muito fácil demonstrar ao usuário o poder desses mecanismos. Além disso, os prestadores de serviço, em sua maioria, têm a mente preguiçosa e não se dispõe a investir tempo e esforço para demonstrar suas teses de maneira transparente. O resultado é o desastre. Sei disso muito bem, e já fui vítima dessas situações, inclusive por minha própria culpa em não exigir a comprovação e a transparência absoluta de todos os procedimentos. Mapear a realidade, no caso do corpo humano, é registrar e acompanhar todos os elementos representativos da realidade que atravessamos, perceber as pequenas alterações diárias, e agir de forma preventiva para evitar que alguma coisa se torne irremediável. Nos próximos textos vamos detalhar melhor exemplos de como fazer isso, e como essa preocupação se aplica não apenas aos nossos corpos, mas às nossas vidas familiares e profissionais. Não pretendo ensinar padre nosso a vigário. Sei que vocês já devem saber de tudo isso. Mas vou provocar a que recuperem, do fundo de suas consciências, o conhecimento que lá está guardado e esquecido. A reflexão poderá levá-los a perceber o quanto perderam ou desperdiçaram, o que pode não ser muito agradável, mas é necessário para prosseguir evoluindo.